Entendendo os tipos mais frequentes de diabetes

O diabetes pode ser causado por falta da produção do hormônio insulina como por exemplo, o diabetes tipo 1, e o diabetes causado pelo alcoolismo. O diabetes tipo 1 é ocasionado por destruição autoimune das células do pâncreas produtoras de insulina e o diabetes provocado pelo alcoolismo é decorrente da ação do álcool sobre as mesmas células. Outro tipo de diabetes é o tipo 2, mais frequente e associado à predisposição genética, à obesidade e ao sedentarismo. Na fase inicial do diabetes tipo 2 há produção de insulina, mas a insulina não transporta adequadamente a glicose para dentro das células; na fase avançada do diabetes tipo 2, pode haver comprometimento da produção de insulina. Independente da causa, controlar a glicose no sangue protege a saúde e preserva a secreção residual de insulina presente nas fases iniciais do diabetes.

O pâncreas é um órgão localizado dentro do abdome, responsável pela produção da insulina, hormônio que transporta a glicose para dentro das células do nosso corpo como, por exemplo, para dentro das células dos músculos, do fígado e do tecido gorduroso. Dentro de cada uma dessas células, a glicose sofre transformações necessárias para a produção da energia utilizada nas nossas atividades diárias. O comprometimento da secreção de insulina pelo pâncreas ou da ação da insulina em transportar a glicose para o interior das células pode aumentar a glicose no sangue e levar ao diagnóstico de diabetes.

Entendendo os tipos mais frequentes de diabetes

Em que se baseia o diagnóstico de diabetes?

O diagnóstico de diabetes é baseado em uma das quatro anormalidades: glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL; glicemia ao acaso, isto é sem jejum ≥ 200 mg/dL; hemoglobina glicada ≥ 6,5% ou glicemia de duas horas após o teste de sobrecarga de glicose ≥ 200 mg/ dL. Esses valores definem o diagnóstico de diabetes porque foi observado maior risco de retinopatia (doença que afeta a visão) em pessoas com glicemia maior ou igual a esses valores.

Como tratar o diabetes?

No diabetes tipo 1 e no diabetes provocado pelo alcoolismo há necessidade da reposição do hormônio insulina. No diabetes tipo 2 são utilizados medicamentos que auxiliam a insulina a transportar a glicose para dentro das células, medicamentos que eliminam a glicose na urina e medicamentos que estimulam a secreção da insulina. Na fase avançada do diabetes tipo 2 pode ser necessário o uso de insulina. Em todos os tipos de diabetes, a alimentação adequada, a atividade física e o controle do peso são muito importantes para o tratamento. Além do controle da glicose no sangue, merece atenção o controle da pressão arterial, do colesterol e dos triglicerídeos. Dependendo do tipo de diabetes e do tempo de diagnóstico, o exame oftalmológico e a excreção de albumina pela urina serão avaliados periodicamente.

Quais são os sintomas do diabetes:

Quando a glicose está pouco elevada, a doença é silenciosa, isto é o indivíduo não tem sintomas específicos, às vezes cansaço, desânimo, fraqueza e a causa só poderá ser descoberta com a realização do exame glicemia (dosagem da glicose no sangue). Quando a glicose está acima de 180 mg/dL, o indivíduo observa aumento do volume de urina, acorda várias vezes à noite para urinar e para compensar a perda de líquido, bebe água excessivamente. Além disso, a visão pode ficar embaçada, e pode haver perda de peso, mesmo comendo exageradamente. A desidratação, a cetoacidose e o coma hiperosmolar são situações mais graves, consequências do aumento da glicose não tratado. O tratamento precoce evita sintomas, assim como evita as complicações agudas e as complicações crônicas decorrentes do excesso de glicose no sangue.

Quais são as complicações do diabetes?

Quanto mais precoce o diagnóstico e o tratamento do diabetes, menores são as chances de complicações. O bom controle da glicose, do colesterol, dos triglicerídeos e da pressão arterial é capaz de prevenir as alterações dos nervos, dos olhos, dos rins, do cérebro e do coração. Converse com o seu endocrinologista, ele vai orientar o tratamento mais adequado para o seu caso.

Dra. Maria de Fátima de Magalhães Gonzaga

Endocrinologista, com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília. Especialista em Clínica Médica, com experiência na área de Medicina Interna. Atualmente, é responsável pelo ambulatório de diabetes mellitus e pelo ambulatório de endocrinologia geral do Hospital Universitário da Universidade de Brasília. Atua como preceptora de ensino e coordenadora da Residência Médica em Endocrinologia e Metabologia na mesma instituição.


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Artigo publicado em 10 de julho de 2017. Para ler mais textos sobre saúde, acesse nossa página de artigos.