Ginecomastia é o termo usado para designar o aumento da mama nos homens. Quando acontece nos bebês regride, usualmente no primeiro ano de vida. Em um percentual pequeno de casos pode ser associado à saída de leite nas mamas. A ginecomastia nos bebês é causada pela transferência do hormônio estrogênio da mãe para o feto durante a gestação. A ginecomastia masculina da puberdade ocorre nos meninos entre os 12 e 14 anos de idade, na fase do pico da velocidade de crescimento dos meninos e do aumento do volume dos testículos e é causada por aumento transitório da quantidade do hormônio estrogênio em relação ao hormônio testosterona. Alimentos que contém fitoestrógenos como soja; substâncias como álcool e maconha; algumas loções cosméticas, medicamentos como estrogênio, anabolizantes, espironolactona, finasterida, cimetidina e omeprazol podem causar ginecomastia. Outras causas são a diminuição da produção de testosterona pelos testículos, hipertireoidismo, tumores, alterações na hipófise, no fígado e rins.
A ginecomastia é fácil ser percebida quando o tecido mamário tem mais de 0,5 cm de diâmetro. Na maioria das vezes é bilateral; uma mama pode ser maior que a outra ou o aumento pode ocorrer em somente uma das mamas. No início provoca dor causada pela inflamação, com o passar dos meses, a inflamação é substituída por fibrose e há redução ou desaparecimento da dor. Em 80% dos casos, resolve-se espontaneamente em seis meses a 2 anos; ginecomastia que persiste por mais de um ano ou após os 17 anos de idade, geralmente não regride espontaneamente e poderá persistir na idade adulta.
O tratamento vai depender da causa e dos sintomas, e varia de simples observação ou, se possível, suspensão do medicamento responsável. Se ginecomastia resolve dentro de três meses com estas medidas nenhuma outra conduta precisa ser tomada, entretanto se, em três meses, ginecomastia persiste e principalmente, se houver aumento importante das mamas, dor ou sensibilidade mamária e stress psicológico, tratamento pode ser indicado.
O tratamento com tamoxifeno é mais efetivo iniciado precocemente, isto é, na fase ativa ou inflamatória da ginecomastia. A terapia com testosterona somente está indicada para os casos de ginecomastia causada por deficiência da produção deste hormônio. Ginecomastia causada por outras desordens necessitam tratamento específico.
A cirurgia de ginecomastia é considerada quando ginecomastia não regride, quando causa desconforto ou stress psicológico acentuado, para casos de ginecomastia que persista no final da adolescência ou no início da idade adulta ou ginecomastia com mais de 12 meses de evolução. Na adolescência, para evitar recidiva, a cirurgia só deve ser realizada ao completar o desenvolvimento puberal e isto ocorre quando o desenvolvimento dos testículos atingiu a vida adulta.
Antes de tomar qualquer decisão, o médico precisa ser consultado.
Dra. Maria de Fátima de Magalhães Gonzaga
Endocrinologista, com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília. Especialista em Clínica Médica, com experiência na área de Medicina Interna. Atualmente, é responsável pelo ambulatório de diabetes mellitus e pelo ambulatório de endocrinologia geral do Hospital Universitário da Universidade de Brasília. Atua como preceptora de ensino e coordenadora da Residência Médica em Endocrinologia e Metabologia na mesma instituição.