Está programada para chegar ao Brasil, neste ano, nova tecnologia de aplicação do hormônio insulina, o i-Port criado pela Medtronic. O dispositivo, colocado sobre a pele nos mesmos locais de aplicação da insulina, possui uma pequena cânula de 6 ou 9 mm a ser inserida no tecido subcutâneo pelo próprio paciente ou familiar, e a troca deve acontecer a cada três dias. A caneta ou seringa com insulina é encaixada no dispositivo e a medicação é injetada.
A tecnologia vem para dar mais conforto e aumentar a aderência à insulinoterapia. O hormônio insulina, usado para o tratamento do diabetes tipo 1 e de outros tipos de diabetes, transporta a glicose do sangue para dentro das células e a metabolização da glicose resulta em produção da energia necessária para as nossas atividades diárias. Além dos recursos tecnológicos, a orientação alimentar e os esclarecimentos sobre os benefícios do tratamento ajudam o paciente a iniciar e a manter a terapia
com insulina.
—-Existem dois tipos de insulina:
*as basais NPH, detemir e glargina que imitam a secreção de pequenas quantidades de insulina pelo pâncreas durante 24 horas. A insulina NPH é administrada uma, duas ou três vezes ao dia, a insulina detemir uma ou duas vezes ao dia e a insulina glargina uma vez ao dia.
*as prandiais ou de ação rápida: aspart, lispro, glulisina e regular que imitam o pico de secreção de insulina pelo pâncreas durante as refeições.
Para as pessoas que necessitam tomar insulina em vários horários, atenção deve ser dada à proporção da insulina administrada nas 24 horas que deve assemelhar-se à produção pelo pâncreas, em média 50% é administrada como insulina basal e os outros 50% como insulina de ação rápida às refeições; a proporção adequada facilita o controle do diabetes.
Curiosidades da história: a descoberta da insulina foi considerada um marco memorável no tratamento do diabetes e rendeu à equipe de estudiosos o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia. A primeira insulina disponibilizada em 1922 foi a regular e depois foi sintetizada a insulina NPH. No final da década de 1990, chegaram ao mercado as insulinas lispro, aspart, glulisina, e em 2001, foram lançadas as insulinas glargina e detemir. O objetivo do tratamento é manter as glicemias o mais próximo da normalidade possível sem hipoglicemias e é atingido com proporções adequadas das insulinas basais e das insulinas de ação rápida. O controle adequado da glicose no sangue melhora a disposição, o humor e protege a saúde global do indivíduo.
O endocrinologista pode orientar o esquema de tratamento mais adequado para os diferentes tipos de diabetes.
Dra. Maria de Fátima de Magalhães Gonzaga
Endocrinologista, com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília. Especialista em Clínica Médica, com experiência na área de Medicina Interna. Atualmente, é responsável pelo ambulatório de diabetes mellitus e pelo ambulatório de endocrinologia geral do Hospital Universitário da Universidade de Brasília. Atua como preceptora de ensino e coordenadora da Residência Médica em Endocrinologia e Metabologia na mesma instituição.